por Sérgio Luís hace 12 años
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Conhecer o humano é, principalmente, situá-lo no universo e não suprimi-lo. Quem somos....? é inseparável; de onde estamos? de onde vimos? e para onde vamos?
A educação do futuro deverá velar para que a ideia da unidade da espécie humana não apague a diversidade e que a sua diversidade não apague a unidade. A unidade não está apenas nos traços biológicos da espécie. A diversidade não está apenas nos traços psicológicos, culturais, sociais do ser humano.
Somos seres infantis ,nevróticos ,delirantes sendo também racionais ,sendo de tudo isto constituído o tecido propriamente humano .
O ser humano trás em si de forma bipolarizada os caracteres antagonistas :
- sapiens e demens (racional e delirante)
-faber e ludens (trabalhador e jogador)
-empiricus e imaginarius (empirico e imaginário)
-economicus e consumans (ecónomo e delapidador)
–prosaicus e poeticus(prosaico e poético).
A cultura é constituída pelo conjunto de saberes , saber-fazer ,regras , normas ,interdições, crenças ,ideias ,valores ,mitos que se transmitem de geração em geração reproduzindo-se em cada individuo de diferentes formas na sua pluralidade.
No domínio da sociedade , existe a unidade/diversidade das línguas, das organizações sociais e das culturas.
Todo humano trás, geneticamente, em si a espécie humana mas também a sua própria singularidade anatómica, fisiológica. Existe uma unidade/diversidade cerebral, mental, psicológica, afectiva, intelectual e subjectividade .
Os indivíduos são o produto do processo reprodutivo da espécie humana, mas este mesmo processo deve ser produzido por 2 indivíduos. As interacções entre indivíduos produzem a sociedade e esta ,testemunha a emergência da cultura, retroage sobre os indivíduos pela cultura .
Uma outra face da complexidade humana que integra a animalidade é a relação triúnica que não obedece a uma hierarquia entre as instancias a impulsividade, o coração e a razão. E uma tríade inseparável, mas instável, permutam-te entre as 3 instancias que pode ser dominada ou mesmo escravizada pela afectividade ou pela impulsividade.
Só pela cultura permite ao homem ser plenamente humano, mas não existe cultura sem cérebro humano, mas não há mente, isto é, capacidade de consciência e de pensamento sem cultura.
O humano é um ser simultaniamente plenamente biológico e plenamente cultural. É um ser plenamente biológico, mas se não dispusesse plenamente da cultura seria um primata do mais baixo nível.
Devemos reconhecer o nosso duplo enraizamento no cosmos físico e na esfera viva, ao mesmo tempo que o nosso desenraizamento propriamente humano. Estamos simultaneamente dentro e fora da natureza.
A importância da humanização é capital para a educação da condição humana porque nos mostra como animalidade e humanidade em conjunto a nossa humana condição. Surgindo com linguagem e da cultura e continuando com o processo de bipedização, de manualização, de erecção do corpo, de cerebralização, etc
A Terra autoproduziu-se e auto-organizou-se na dependência do sol; constitui-se em complexo biofísico a partir do momento em que se desenvolveu a sua biosfera. Somos, simultaneamente, seres cósmicos e terrestres.
A nossa substância física organiza-se de maneira termodinâmica sobre a Terra; através do banho marinho, da preparação química, das descargas eléctricas, tomou Vida.
As partículas do nosso organismo apare ceram desde os primeiros segundos do nosso cosmos, os nossos átomos de carbono constituíram-se num ou em vários sóis anteriores ao nosso, as nossas moléculas agruparam-se nos primeiros tempos da Terra.