Camada do Ozono

Degradação da camada de ozono

Regiões mais afetadas

Os pólos são as zonas mais afectadas pelo buraco na camada de ozono. A razão para esse facto está relacionada com as especiais condições meteorológicas nessas zonas do globo, especialmente o Pólo Sul (Antárctida). Durante o Inverno quando os raios solares não atingem esta região do planeta, as temperaturas são baixíssimas, formando-se umas nuvens de constituição diferente das que costumamos observar. Isto vai criar uma conversão mais rápida e fácil dos CFCs em radicais de cloro destrutivos de ozono. Como as massas de ar circulam em camadas sobrepostas, dos Pólos para o Equador e no sentido inverso, estas têm a capacidade de transportar poluentes para milhares de quilómetros de distância de onde estes foram emitidos.

Os CFCs, resultantes da poluição provocada pelo Homem, sobem para a estratosfera completamente inalterados devido à sua estabilidade e na faixa dos 10 a 50 km de altitude, onde os raios solares ultravioleta os atingem, decompõem-se, mas com certa dificuldade devido à sua estabilidade, no caso do CFC, o cloro é o causador da reacção química que destrói o ozono. Uma vez liberto, um único átomo de cloro destrói cerca de 100 000 moléculas de ozono antes de regressar à superfície terrestre, muitos anos depois, três a cinco porcento, do total da camada de ozono já foi destruído pelos clorofluorcarbonetos. Outros gases, como o óxido nítrico (NO) libertado pelos aviões na estratosfera, também contribuem para a destruição da camada do ozono.

Consequências da degradação da Camada do Ozono

A consequência imediata da exposição prolongada à radiação ultravioleta é a degeneração celular que originará um cancro da pele entre outras doenças nos seres humanos, em casos extremos pode até levar à morte. No final da década de 1990, os casos de cancro da pele registados devido ao buraco na camada de ozono tiveram um aumento de 1000% em relação à década de 1950.
Em quantidades muito pequenas, as radiações ultravioleta são úteis à vida, contribuindo para a produção da vitamina D, indispensável ao normal desenvolvimento dos ossos.
A radiação ultravioleta excessiva pode também diminuir a taxa de crescimento de plantas e aumentar a degradação de plásticos afectando ecossistemas terrestres e aquáticos, alterando o crescimento, cadeias alimentares e ciclos bioquímicos. A quantidade de ozono troposférico contribui também para o agravamento do aquecimento global.

Medidadas tomadas mundialmente para combater a degradação

Com efeito, cerca de dois anos após a descoberta do buraco do ozono sobre a atmosfera da Antárctica, os governos de diversos países, entre os quais a maioria dos países da União Europeia, assinaram em 1987 um acordo, chamado Protocolo de Montreal, com o objectivo de reconstituir a concentração de ozono na alta atmosfera. O único método conhecido de protecção da camada do ozono é limitar a emissão dos produtos que o danificam e substitui-los por outros mais amigos do ambiente, como os hidrofluorcarbonetos (HFC), que por não conterem cloro não destroem a camada de ozono.
No entanto os HFCs são extremamente persistentes no ambiente, fazendo parte dos gases com efeito de estufa.
Assim sendo, mais de 60 países comprometeram-se a reduzir em 50% o uso de CFC até finais de 1999, com o Protocolo de Montreal, com o objetivo de reconstituir a concentração de ozono na alta atmosfera.

A camada do ozono é formada pelo Ozono (O3) e situa-se na estratosfera, entre os 15 e os 40 km de altura e contém cerca de 90% do Ozono presente na atmosfera sendo a sua espessura de cerca de 20 km. Mas estes gases são tão rarefeitos que se os submetêssemos à pressão atmosférica terrestre ao nível do mar, a sua espessura seria apenas de alguns milímetros. Esta camada serve então de barreira para as radiações eletromagnéticas emitidas pelo Sol, tais como a radiação infravermelha, a luz visível e um misto de radiações e partículas que podem ser nocivas. Deixa passar apenas uma pequena parte dos raios ultravioleta, o que acaba por ser benéfico para a Terra.

Buraco da Camada de Ozono

O que conhecemos por "buraco na camada de ozono" não se trata propriamente de um buraco na camada do gás ozono, na verdade trata-se de uma rarefacção do gás, que é explicada pelos arranjos moleculares do comportamento dos gases num meio natural, o que não significa literalmente um buraco.
Quando a temperatura se eleva na Antárctida, em meados de Novembro, a região ainda apresenta um nível abaixo do que seria considerado normal de ozono.
No decorrer do mês, em função do gradual aumento de temperatura, o ar circundante à região onde se encontra o buraco inicia um movimento em direcção ao centro da região de baixo nível do gás.
Desta forma, o deslocamento da massa de ar rica em ozono, externa ao buraco, favorece o retorno aos níveis normais de ozono a alta atmosfera, fechando assim o buraco.

Os CFCs

Os clorofluorcarbonetos (CFC), para além de outros produtos químicos produzidos pelo Homem que são bastante estáveis e contêm elementos de cloro ou bromo, como o brometo de metilo, são os grandes responsáveis pela destruição da camada de ozono. Os CFC's tem inúmeras utilizações, pois são relativamente pouco tóxicos, não inflamáveis e não se decompõem facilmente. Sendo tão estáveis, duram cerca de cento e cinquenta anos.

Protocolo de Montreal

O Protocolo de Montreal tem como objectivo reconstituir a concentração de ozono na alta atmosfera. O êxito do Protocolo de Montreal evidencia o sucesso da cooperação entre países e organizações internacionais para um fim comum. Só o cumprimento integral e continuado das disposições do Protocolo por parte dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento poderá garantir a recuperação total da camada de ozono.
Em 2009, o Parlamento Europeu aprovou novas normas para tentar reconstruir a camada de ozono. As normas vão além do estabelecido no Protocolo de Montreal, pois além de proibir a comercialização de substâncias nocivas à camada, inclui na proibição as contidas em frigoríficos e material de isolamentos de edifícios